quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Inspira-me



Inspiração é coisa louca. Vem aos poucos, acompanhada do cheiro de café. Pode ser que nem exista e seja mais uma dessas desculpas para não escrever.  Mas desculpa pra que? É tão bom...liberta.
Tarde da noite, correr pro bloco de papel, pescoço torto na cama, FIM. É tanto pensar, tanto querer, que o teclado não acompanha o movimento dos dedos. Cabeça agitada, dedos trêmulos, pensamentos soltos. Digito errado, penso muito, corrijo o erro, rôo a unha, publico pouco. Perfeccionismo, defeito da raça humana. 

Deixa ler, deixa sair. To tentando.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Transparência



Dias e dias sem escrever. Sufocada. Talvez essa seja a palavra ideal. Tantas coisas querem sair de mim, mas a ânsia por liberdade não as liberta. Por hora, vazia. Estranho? Mais estranho que ser, é sentir. Eu sinto muito. Sinto intensamente, e dói. Eu sou tempestade, mas quero ser primavera.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Desabafo

Tão esperada, queridas férias!
Na correria de final de semestre confesso que não pensava em outra coisa. Férias, casinha, soninho... Porém, acho que não me acostumo mais com essa lentidão e falta do que fazer. É claro que ficar perto de quem gostamos é ótimo, ganhar o mimo da mamãe é melhor ainda, mas é entendiante não ter compromissos e prazos.
Ultimamente tenho pensado muito. Criticado meu querido Jornalismo. Crise existencial, talvez? Bipolaridade? Acho que toda crítica é bem vinda, que através da reflexão, e só dela, consigo por as idéias no lugar. Então, aí vai!
Aquele tão sonhado Jornalismo, pra mim poético, não existe mais. É duro saber que a única coisa que me imagino fazendo não passa de mais uma "empresa", mais uma, das muitas máquinas de fazer dinheiro. Hoje: VENDE-SE NOTÍCIAS. A faculdade de jornalismo não engana. É provável, e acredito nisso, que a raça de jornalistas seja a pior de todas. Muito interesse, mentira, status, puxação de saco. Sou quem conheço, quem me indicou, a filha de quem... E o EU? Não posso ser eu? Eu que simplismente gosto de escrever, ler, que sempre sonhei em trabalhar em uma redação, mudar o mundo, denunciar injustiças? Eu que sempre pensei em fazer diferente.
Não é blá, blá, blá. Todo estudante de jornalismo pensa assim - ou deveria. Sinto aquela vontade de escrever tudo aquilo que não consigo fazer sozinha. Aquela explosão de palavras, ou melhor, muito mais do que palavras, são sentimentos e ideias colocadas no papel, pro mundo me ouvir (esse é o jornalismo que não existe? o poético?).
A profissão de jornalista foi considerada a quarta mais estressante. Pode ser comparada ao médico: não se deixa um paciente pra amanhã, assim como não se deixa para publicar amanhã. A notícia, filha única, fica velha. Porém, devo considerar que o valor dado as diferentes profissões não é o mesmo, num mundo de status, como certeza o médico é melhor. (?)
Jornalista vive notícia, respira notícia, ouve notícia. Mas o que é notícia? Aquilo que é de interesse público? Serááá? De quem é o interesse hoje? A comunição está nas mãos de poucos que publicam o que convém (como já me esclareceu o grande Ramonet). Notícia é produto? Jornalismo é o que? Comércio? Li certa vez, que quem precisa do esclarecimento que traz o bom jornalismo, não é que aqueles que o leem, mas sim aqueles que limpam a bunda com jornal.
Ao espremer uma reportagem, não sai suor, sai sangue. E o reconhecimento? É quase sempre pessoal: "Eu escrevi uma boa reportagem!", além claro, da sensação de dever cumprido. Vale a pena? O editor de um jornal de Curitiba perguntou se vale. Se vale a pena prometer aos seus filhos que vai voltar cedo, e chegar quando eles já estão dormindo. Se vale a pena dormir na redação para enfim, conseguir publicar a tão esperada "notícia bombástica". Se vale a pena perder o Natal, a Páscoa com a família. Vale? E foi aí o início de toda essa reflexão.
A indagação que sempre surge ao final de tudo é: e agora, pra que curso vou? Foi no jornalismo que me encontrei. Sempre me senti perdida em todos aqueles cálculos, por exemplo. O que fazer se o jornalismo sou EU?
Lendo e relendo meu texto, com os dedos molhados e salgados de lágrimas, penso que esse pequeno espaço de férias -que me serviu de inspiração- já valeu a pena. Retiro o que disse no princípio. Acredito, e tenho que acreditar no tão sonhado jornalismo engajado, aquele que já citei. Pra mim, é poético.